Viver,
com o medo de ser sair,
viver,
com a vergonha de estar aqui,
cantar,
no velório de um dos velho amigos de escola,
chorar,
quando for humilhado uma vez mais...
Sentir,
a dor de mais uma bofetada,
sentir,
quanto mais trabalho mais sou roubado,
crescer,
mesmo virando um pivete para a sociedade,
correr,
o quanto puder para ser feliz...
Nesta nossa favela,
onde o sol brilha sempre,
mesmo que os pobres não estejam lá,
caídos diante do aço dos protetores,
diante dos filhos que gemem e choram a noite.
Nossa marca da favela,
é muitas vezes tentar ser feliz diante das dificuldades,
onde o sorriso se mostra na infelicidade,
que cerca nosso corpo diante da dor.