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quinta-feira, 1 de maio de 2014

VARREDORES


Neste mar de solidão inabalável,
o açoite da noite,
escura, fria, impiedosa...

Cada vez mais desesperadora,
diante de mim,
uma criança que varre para não morrer,
que limpa a sujeira da diversão devassa,
que sente o medo da escuridão...

Vida que me rouba,
minha unica amiga é a minha vassoura,
que me sede o pão de cada dia,
o dinheiro de cada noite,

Me exalto neste trabalho que nada ganho além de sujeira e sofrimento.
Senhor, tende piedade de nós varredores,
tende piedade de nós crianças,
tende piedade de nós sofredores.

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